Figura 1: Capturando um sinal mais longe do centro da cruz azul resulta em um TEB de 10-3, enquanto que capturá-lo próximo do centro resulta em um TEBde 10-12. |
Observar a TEB como função do jitter visto em um receptor depende de duas coisas: quanto jitter o sinal tem e onde o sinal está sendo capturado (Figura 1). Capturando o sinal perto do ponto de cruzamento pode fornecer uma TEB de 1 bit em 1000. Movendo o ponto de captura para perto do centro do olho reduz a TEB para 10-12, ou 1 bit em 1 milhão de milhões de bits.
Figura 2: A curva clássica da "banheira" relacionando as margens de tempo de um receptor com a TEB, baseado no jitter do sinal. |
O gráfico não nos permite dizer precisamente que o olho é X picossegundos de largura. Mas ele nos permite dizer que com uma taxa de TEB de, digamos, 10-3, o olho é X picossegundos largo. Assim, nós somos capazes de medir a duração da abertura do olho ao medirmos a TEB em um dado nível em qualquer lado do olho.
O inverso do conceito de "abertura de olho @ TEB" discutido acima é o de "total de jitter (Tj) @ TEB". A noção de quanto jitter existe fechando o olho é análogo ao jitter pico a pico, mas com certa significância estatística. Se formos olhar para 1000 bits, qual é o valor de pico a pico de jitter que esperaríamos ver? Se formos olhar para 1 milhão de bits, nós esperaríamos ver 10-9 ou 10-12. Então, estatisticamente falando, nós temos uma ideia do valor de pico a pico do jitter mas com um fator de confiança.
Figura 3: O modelo Dual-Dirac de jitter permite o cálculo do Tj @ TEB em qualquer valor de TEB arbitrário |
Se nós reunirmos o histograma de pontos nas bordas que se cruzam, poderemos extrapolar aquele histograma para algo que nos mostre o total de jitter que teríamos em um dado TEB? Ao que parece, sim, podemos, ao enquadrarmos funções gaussianas nas caudas da distribuição. Aparecem dois valores que precisamos enquadrar: um é o sigma das gaussianas, que corresponde à componente randômica do jitter, e o outro é a separação entre os valores gaussianos médios, que é a "visão" do modelo da componente determinística do jitter. As componentes determinísticas são o que definem a forma da distribuição entre as caudas.
O que estamos falando é conhecido por modelo Dual-Dirac, que se tornou proeminente em metodologias de canal de fibra para o jitter e qualidade de sinal, datando do final dos anos 90 (Figura 3). Se você puder pegar seus dados e enquadrar estas duas funções gaussianas nele, estes dois valores (o sigma gaussiano e a separação entre as médias gaussianas) podem ser usados na equação da Figura 3 para extrapolar o total de jitter esperado em qualquer valor de TEB. O modelo Dual-Dirac, pelo menos teoricamente, nos dá um meio confiável e que pode ser repetido de quantificar jitter através de modelamento estatístico.
Mas, tendo dito isto, o enquadramento das caudas é um problema difícil. De fato, o mesmo documento que é a fonte da Figura 3 (Fibre Channel MJS, 1998) inclui uma nota de rodapé dizendo que "a técnica mais comum para determinar o melhor enquadramento envolve o olho humano". O desenvolvimento de um algoritmo de enquadramento de caudas estava sendo conduzido mas o problema é que as caudas do histograma são, por definição, a área onde temos a menor quantidade de dados para trabalhar. Assim, é necessário uma enorme quantidade de dados para o resultado convergir.
Felizmente, mudanças viriam com o final dos anos 90 e com o início do novo milênio, que mudariam o cenário da medição de jitter consideravelmente. Nós continuaremos a história do jitter em um próximo post.
Artigo traduzido de http://blog.teledynelecroy.com/2015/04/the-history-of-jitter-part-iii.html
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