sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mais sobre o barateamento de jogos no Brasil

Hoje a UOL Games faz uma matéria sobre o barateamento de jogos aqui no Brasil, e comenta a redução de preços de jogos da Microsoft, que já comentamos aqui. É interessante observar na notícia que as mesmas empresas que fazem sucesso no Japão, como observado em outro post, são as mesmas que insistem em manter a política atual de vendas de jogos no Brasil, baseadas em importação de produtos (o que encarece mais o produto). Vale a pena conferir então a notícia:
'Jogos de PS3 prensados no Brasil poderiam ser mais baratos; Sony mantém margem', diz Arvato Games
THÉO AZEVEDO
do UOL Jogos

Nesta semana uma notícia renovou as esperanças do consumidor brasileiro de pagarem preços mais razoáveis por games comercializados por meios oficiais: graças a uma parceria entre Microsoft e Arvato Games, os títulos “first-party” para Xbox 360 sofreram uma redução de até 40% - o tão aguardado “Gears of War 3”, por exemplo, vai sair por R$ 129.

Antes de citar o Jogo Justo – ao menos neste caso -, pense bem: o Governo, não é mistério pra ninguém, incentiva a produção local. No caso dos games, fabricá-los no Brasil acarreta numa redução drástica de impostos, refletida nas isenções do Imposto de Importação (II) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mas se os benefícios são tão visíveis assim, porque a Nintendo insiste em importar os jogos das plataformas Wii e DS? E por que os jogos da Sony para PlayStation 3, fabricados pela Sony DADC, são vendidos por R$ 199?

Para Glauco Bueno, country manager da Arvato Games, “é uma questão de amadurecimento do mercado”. Porém, para tristeza dos “nintendistas”, a Arvato não pode prensar jogos para Wii, o que significa que amadurecer na indústria de games, tal qual na vida real, não é mesmo fácil em alguns casos. Para completar, a Big N, procurada pelo UOL Jogos prefere não entrar em muitos detalhes sobre este assunto.

Em relação à Sony, Bueno é mais textual: “R$ 199 [para jogos de PS3 fabricados no país] é muito caro. A Sony está mantendo a margem”, afirma. O que o executivo quer dizer é que a empresa poderia abrir mão de parte da margem de lucro e, com um preço mais atraente, aumentar as vendas: “Mas aí vai da audácia e da característica desse publisher”.

Vale destacar também que a única empresa autorizada a prensar jogos para PlayStation 3 no Brasil é a Sony DADC.

Procurada pelo UOL Jogos e questionada sobre sua política de preços, a Sony disse apenas que não comentaria o assunto.
Xbox 360 made in Brazil
Para quem tem Xbox 360, o cenário só deve melhorar nos próximos capítulos: além das especulações sobre a fabricação local do console, que com isso passaria a custar R$ 700, em breve a Arvato Games poderá também prensar jogos de third-parties para a plataforma. Ou seja, é provável que mais títulos para a “caixa” apareçam com preços camaradas.

Por outro lado, este quadro de novas possibilidades pode ter um efeito nocivo para os proprietários do PS3. Para explicar, tomemos “Batman: Arkham City” como mero exemplo ilustrativo: já pensou se o jogo do morcegão custar mais barato no Xbox 360, por ter os incentivos fiscais decorrentes da fabricação local repassados ao preço final? “Seria estranha esta diferença de preço, sem dúvidas, mas é uma consequência da estratégia comercial da companhia [Sony]”, insiste Bueno. “Mas quem somos nós para interferir na estratégia comercial dela?”.

Já a Ubisoft, progressivamente, está aderindo à fabricação local, mas ainda faz mistério em relação a planos específicos para consoles. De qualquer modo, segundo Bertrand Chaverot, diretor do publisher no Brasil, nenhum lançamento da Ubisoft custará mais que R$ 179. A exceção é "Rock Smith", que inclui uma placa de som no pacote.

Mesmo o câmbio baixo do dólar já está causando efeitos benéficos para o mercado nacional de games: "Drive: San Francisco", nas versões para PS3 e Xbox 360, será comercializado no país por R$ 149,90, valor interessante para um produto importado.

UOL Jogos também procurou Warner Bros. e Electronic Arts, que até o fechamento desta matéria não haviam respondido.

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