'Brasil terá política agressiva para produção de games', diz Mercadante
Glauco Araújo
O ministro Aloizio Mercadante quer fortalecer
mercado de games brasileiro
(Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
A indústria de games no Brasil está na mira do governo Federal, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Ele esteve reunido nesta sexta-feira (17) com Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para debater o fomento da inovação tecnológica nacional.
“Vamos fazer uma política bem agressiva em relação aos softwares de games. As empresas do setor já emprega meio milhão de trabalhadores. É uma indústria promissora, muito importante para o país e, principalmente, para a área de serviços aos jovens. Precisamos fomentar essa atividade, estimulando a produção de conteúdo nacional”, disse o ministro.
Mercadante não especificou como será feito esse incentivo governamental para a indústria de games, mas indicou que o primeiro passo será a criação de uma empresa nacional de pesquisa em inovação. “Vamos criar a Embrapi [Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial], nos moldes da Embrapa, na área da agricultura, para impulsionar a inovação nas indústrias, mas ela vai ser constituída com o que já temos, não será montada uma nova estrutura”, disse o ministro.
“Para a constituição da Embrapi, seria necessário que ela tivesse um capital de R$ 40 a R$ 50 milhões. Ela tem que ter capacidade de gestão de fundos setoriais e fundos privados que estejam interessados em investimentos de empresas de inovação tecnológica. Esses fundos, obviamente, terão valores muito mais altos, mas estaria fazendo a gestão e direcionamento dessas políticas”, disse Andrade.
Mercadante afirma que a ideia é integrar institutos como o IPT, laboratórios do Inmetro e outros organismos ligados à tecnologia para fazer funcionar a Embrapi. “Seria uma espécie de clínica tecnológica para que, por exemplo, as pequenas e médias empresas tenham como desenvolver inovações tecnológicas. Precisamos inovar para sermos competitivos nesse ramo. Os recursos viriam de parcerias público privadas (PPPs) para apoiar essa demanda. O dinheiro seria, em sua maioria, do setor privado para agilizar o processo.”
Mercado com produto importado
“O Brasil tem um mercado de tecnologia da informação e telecomunicações de R$ 186 bilhões. Somos o sétimo mercado mundial. Em venda de equipamentos somos o quinto maior mercado. Em venda de computadores, estamos em terceiro lugar. Apesar disso, temos um déficit na balança comercial de US$ 19 bilhões. Somos um grande mercado com muito produto importado. Vamos aumentar o produto nacional. O que fizemos com o tablet vamos fazer com o celular, com os mais de 80 milhões de celulares que temos no país e com as TVs. Para ter incentivo fiscal, vai ter de ter conteúdo nacional”, disse Mercadante.
É no mínimo interessante que o governo veja esta área como promissora. Esperamos que tudo dê certo e que estes investimentos desenvolvam a indústria dos games no Brasil.
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